quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Em "Isto é um poema que cura os peixes" ...

 Um poema...é uma canção na prisão.


 Isto é um poema que cura os peixes 
 Jean-Pierre Siméon


Texto: Jean-Pierre Simeón
Ilustrações: Olivier Tallec

A poesia de Adélia Prado


Meditação à beira de um poema


Podei a roseira no momento certo
e viajei muitos dias,
aprendendo de vez
que se deve esperar biblicamente
pela hora das coisas.
Quando abri a janela, vi-a,
como nunca a vira
constelada,
os botões,
Alguns já com rosa- pálido
espiando entre as sépalas,
jóias vivas em pencas.
Minha dor nas costas,
meu desaponto com os limites do tempo,
o grande esforço para que me entendam
pulverizam-se
diante do recorrente milagre.
maravilhosas faziam-se
as cíclicas perecíveis rosas.
Ninguém me demoverá
do que de repente soube
à margem dos edifícios da razão:
a misericórdia está intacta,
vagalhões de cobiça,
punhos fechados,
altissonantes iras,
nada impede ouro de corolas
e acreditai: perfumes.
Só porque é setembro

                  

Frase de Jean-Luc Godard

" A ética é a estética do futuro"

Eduardo Galeano: “Não sou irônico e sarcástico, simplesmente conto as coisas que vejo, as coisas que escuto”






     Eduardo Galeano nasceu em Montevideu,
 Uruguai, em 1940. 
     As sucessivas ditaduras militares
 na América Latina durante os anos 60 e 70 
 obrigaram-no a um exílio político 
 que durou até 1985,
 ano em que regressou ao Uruguai.
     É jornalista, romancista e poeta, 
 tem uma extensa obra publicada
 e  parte dela premiada.
     Confira: O livro dos abraços
 com tradução de Eric Nepomuceno
 e textos curtos cheios de sensibilidade
 e um olhar agudamente crítico
 como: A função do leitor 1 e 2,
 A dignidade da arte e outros.